Bem-vindo ao País da terra e da água

 No início Kuyuli cria o mundo com os pássaros para povoar o céu, peixes nas águas,  serpentes e os homens em terra firme. Esses últimos se demonstraram ingratos, zombando da aparência repugnante de seu criador. Amargurado, Kuyuli decide se vingar enviando um dilúvio que aniquila os homens, exceto alguns conhecidos. Rapidamente tomado de remorsos pela terra que ele criara, ele pede aos pássaros sobreviventes, que busquem terra dos confins do mundo, que foram poupadas pelo dilúvio. Entre esses pássaros, dizem que o chincoã-de-bico-vermelho e o pica pau se mostraram os mais hábeis, conseguindo com a força da paciência, carregar em seus pés, o solo que se tornaria a nova pátria do gênero humano»

Assim nasceu a terra, segundo os dizeres dos ancestrais amerindios Wayana.

Para alguns, a Guiana Francesa conservou a exuberância da natureza desses primeiros tempos, admirável exceção enquanto em outros lugares, as grandes florestas tropicais regridem inexorávelmente a cada ano. Ela também constitui um observatório privilegiado pois soube preservar grande parte da fauna e da flora amazônica. O parque nacional amazônico da Guiana Francesa é a maior área que se beneficia do « título » de parque nacional no mundo se incorporarmos a ele o dos montes Tumucumaque, seu equivalente do lado brasileiro.

O caso é ainda mais excepcional pela diversidade de espécies animais e vegetais, ainda por serem descobertas. É evidente que o conhecimento e a preservação de tal biodiversIDADE constitui uma questão importante para esse território.

A essa riqueza natural soma-se o patrimônio cultural de um território que constitui há séculos uma terra acolhedora e também um ponto de interseção para populações ameríndias, africanas, européias, asiáticas e latino-americanas.

Cadinho dessa miscigenação, a Guiana Francesa por sua localização, se insere na lógica de intensificação dos intercâmbios globais, podendo pertencer ao mesmo tempo aos conjuntos europeu e sul-americano.

Além desses trunfos geográficos únicos, o território guianês tira proveito da proximidade do equador, o que lhe confere as qualidades ideais para sediar o centro espacial situado  próximo à Kourou, que assistiu a decolagem de mais de 160 voos em 40 anos.

A essa breve evocação dos trunfos locais, é necessário destacar a juventude e o dinamismo demográfico de uma população que coloca a Guiana Francesa na expectativa de um futuro prometedor, capaz de responder aos desafios de um co-desenvolvimento harmonioso entre as riquezas de seu patrimônio excepcional, seu melhor conhecimento e sua valorização de forma racional e durável.

 Ouro azul

Cada guianês dispõe de 800 000 m3 de água doce por ano, enquanto a média mundial é de 1800 m3 por ano.

 Guanao

O termo Guiana teria sua origem no dialeto guanao, da população indígena Karib do delta do Orenoque. Ele significaria «povo corajoso» ou «grande povo».

7.200 BP (Antes do presente)

É a mais antiga presença humana conhecida na Guiana Francesa, descoberta em 2005 durante a construção da estrada entre St-Laurent e Apatou.

Espaço

Desde há 40 anos, após o primeiro lançamento de um foguete sonda, mais de 500 operações de lançamento foram realizadas,partindo do centro espacial, dos quais, aproximadamente 160 lançamentos Ariane.

Idiomas

Diversas línguas regionais coexistem na Guiana Francesa: o crioulo guianês, 6 línguas ameríndias (arawak, palikur, kali’na, wayana, wayampi, émerillon), 4 de grupos negros maroons (saramaka, paramaka, boni, djuka) assim como o hmong. Também se fala o português, chinês, crioulo haitiano, o espanhol e inglês.

Biodiversidade

O essencial da biodiversidade francesa está na Guiana Francesa: aproximadamente um terço das plantas, a metade dos vertebrados superiores e mais de 90% dos insetos.