A riqueza vegetal da Guiana faz brotar um certo número de novas pessoas interessadas pela botânica. As árvores majestosas fascinam, despertam a curiosidade e constituem um assunto de interesse difuso. Muitos sonham de conhecer e poder identificar as árvores guianesas sem se dar conta  do quanto a tarefa é ambiciosa e difícil.

Como botanizar quando os critérios de identificação mais úteis como as folhas, flores e frutos, se encontram a várias dezenas de metros de distância, fora do alcance da mão e na maioria das vezes, até dos olhos? Mesmo quando, às vezes, eles forram abundantemente o chão, nem sempre é fácil dizer de qual árvore eles caíram… Nessas condições, sem os meios especializados, é preciso se basear nas características facilmente disponíveis do tronco (casca, cor da seiva, aspecto de uma fenda) e das raízes superficiais (contrafortes, raizes rastejantes). Também podemos obter informações preciosas mas com as quais parece ilusório poder identificar uma flora arbórea contendo mais de 1000 espécies!

Com isso a atividade pode rapidamente se tornar ingrata e frustrante… Longe de querer desencorajar quem quer que seja nessa tarefa, é preciso se lembrar que a flora guianesa, é   constituída por uma diversidade de plantas muito mais modestas, em sub-vegetação, margens de rodovias, como na cidade, frequentemente muito abundantes e que a gente costuma ignorar quando não pisoteia. Ora, botanizar essas espécies esquecidas é algo que contribui com uma cota de surpresa e maravilhamento para quem dedica um tempo para observá-las de perto, o prazer resultante sendo muitas vezes, inversamente proporcional ao tamanho do assunto. Pudera essas poucas fotos defender a causa de algumas dessas plantas que quase nunca recebem atenção …