Nessa obra, Frédéric Piantoni aborda as migrações e as mobilidades como fatores da apropriação do território guianês. O geógrafo nos mostra como as migrações planificadas na época colonial foram instrumentalizadas pela França a fim de se apropriar do território da Guiana Francesa. Em seguida ele aborda a bacia do Maroni, onde os Bushinengués criaram um espaço – escapando do poder nacional – que seria o único território guianês integrado em um espaço regional. Por fim essa obra nos esclarece sobre a questão do que representam as migrações hoje para o desenvolvimento da Guiana Francesa.

Da análise das mobilidades inter-regionais e internacionais, é possível notar que cada um dos três polos guianeses funciona de maneira singular que eles são muito separados entre eles. O modelo assimilacionista teria impedido à Guiana Francesa de se integrar em seu espaço regional confortando-a em seu papel de enclave do Norte em um contexto do Sul. Mas o espaço mesmo que apropriado pela metrópole também não seria integrado à França: lei de orientação para o além-mar, região ultra periférica da Europa. A Guiana Francesa é um território que tem dificuldades para se integrar a um espaço mais global (quer seja ele latino-americano ou francês).

Uma leitura que tratará particularmente desse período de reflexão sobre a evolução estatuária da Guiana Francesa.